Ele estava lá, sentado na mesinha americana, tomando seu
uísque adulterado, com seu velho óculos manchado, com uma camiseta que
estampava um homem inteligente.
Ela estava lá, sentada ao lado dele, com brilhantinas e adereços que a enfeitavam, escondendo sua real personalidade.
Os dois, nitidamente, conseguiam expor suas individualidades
naquele ambiente fétido e escuso, compactuando suas amarguras. Ser conivente
era um conforto. Ele reclamava que
ninguém sentia atração por ele, sentia-se útil apenas para pagar a bebida aos
amigos. Ela, por sua vez, reclamava que era desejada por muitos, mas sentia-se
inútil, pois sabia que a aurora anunciava o fim de toda essa atração.
Ninguém jamais havia demonstrado algum sentimento por eles
que não o interesse. O apelo então era de serem verdadeiros um com o outro
naqueles extensos minutos em que trocavam confidências, onde as diferenças
desapareciam.
Mas logo outro endinheirado acenaria pra gostosa e o coitado
ficaria sozinho com seu uísque adulterado. Os dias voltariam ao normal, onde
ele continua gordo e ela, puta.
Mto bom, pensei que o desfecho seria romântico e você esculacho total, kkkkk....
ResponderExcluirEle vai emagrecer? Quem sabe eles não acabem casando, né? Não é isso que geralmente tem acontecido nas últimas comédias românticas do cinema? Hahahahaha!
ResponderExcluirUau Duuu, adorei o texto!!! Vou acompanhar sempre o blog! Sucesso!!!
ResponderExcluirVocê como sempre....sendo realista.
ResponderExcluirAdoro as suas verdades...."os dias voltariam ao norma,onde ele continua gordo e ela,puta."
Gostei do texto...achei um pouco curto.Acredito que voce pode colocar um pouco mais de pimenta ai.Mas tenha certeza de que eu serei sua leitora numero 1! :D
abraço.
Cristina Oliveira.
Em se tratando de você, o ar de história do Chico seria mesmo inevitável. Texto muito bem escrito. Impregnado de uma melancolia atraente. Dá até pra ouvir de fundo um solo de saxofone.
ResponderExcluirTo com o Felipe, voto pelo emagrecimento dele no próximo capítulo!
ResponderExcluirMuito boa a construção do texto, puxa pra dentro da história e da cena, desse diálogo quase sem palavras, mas que se impõe. Pois quando as pessoas entram em contato, talvez quem dialogue seja esse fardo que cada um carrega como existência (parte é escolha, mas tem um outro lado de imposição do mundo)... Mas curti ainda mais a maneira de descrever os dois personagens, em um ambiente a princípio tão hostil, surge algo humano na relação entre eles, de compreensão do outro e proximidade. Ainda que por um lapso curto de tempo. Me lembrou a flor do poeta que fura o asfalto e dá as caras, por pior que seja a situação. Parabéns pelo texto, já virei seu leitor!
ResponderExcluirVc é O CARA!!! Adorei!!!
ResponderExcluirBjim da baixinha Ferzita!
Véio, que texto animal!
ResponderExcluirauhauaau valeu Fezita e Koxa! espero que continuem acompanhando e participando... bjos!
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